regulamentação de cripto do Banco Central

Em meio ao processo que discute a regulamentação de cripto pelo Banco Central, a Coinbase se opôs à atual proposta. Tom Duff Gordon, vice-presidente da exchange, criticou alguns dos principais pontos da medida. Segundo ele, a regulamentação, como está formulada atualmente, poderia dificultar o uso de stablecoins no país. Ele sugeriu algumas mudanças para resolver esses problemas.

Por que a regulamentação de cripto do Banco Central incomoda a Coinbase?

Para Gordon, o principal problema da proposta do Banco Central está na abrangência dos ativos incluídos no processo de regulamentação. Segundo ele, a proibição do saque de stablecoins para carteiras autônomas (self-custodial wallets) afetaria a circulação desses tokens.

Gordon reconhece o argumento do Banco Central de que a medida visa combater crimes envolvendo criptoativos. No entanto, ele sugere que a entidade não interfira na movimentação de stablecoins, nem no uso de carteiras autônomas, pois ambos são fundamentais para o funcionamento do criptomercado atual.

Outro ponto destacado por Gordon foi a participação da Coinbase no período de consulta pública do Banco Central sobre a regulamentação de criptoativos. Ele argumenta que, na ocasião, a empresa enviou propostas para evitar a criminalidade no setor, sem interferir no fluxo das operações com stablecoins.

Opinião reflete momento do criptomercado brasileiro

As declarações de Gordon sobre a regulamentação de cripto pelo Banco Central surgem em um momento crucial. Isso porque o uso de stablecoins cresceu significativamente no Brasil, especialmente em operações de remessas internacionais.

Nesse contexto, as autoridades passaram a monitorar essas transações mais de perto. Como resultado, demonstraram preocupação com possíveis crimes financeiros relacionados ao setor. A proposta de regulamentação também considera a possibilidade de tributação desses ativos. Além disso, prevê a proibição do uso de carteiras autônomas.

Diante disso, a preocupação de Gordon pode ser considerada legítima. Afinal, se a regulamentação do Banco Central realmente proibir o uso de carteiras autônomas, o sistema DeFi (finanças descentralizadas) no país será prejudicado. Isso porque grande parte das operações desse segmento ocorre dessa forma, incluindo aplicações para staking e rendimentos passivos.

O Banco Central ainda não se posicionou sobre as declarações do representante da Coinbase. No entanto, a expectativa é de que a entidade analise esses pontos de preocupação e esteja disposta a considerar as sugestões da exchange para evitar dificuldades futuras. Dessa forma, a comunidade cripto poderá comemorar as conquistas de regulação no Brasil com foco em liberdade para fazer suas negociações.

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