Bitcoin ganha nova tecnologia que protege mineradores e combate censura

Mineradora de bitcoin ASIC com Anonymous ao lado

Desenvolvedores criaram um protótipo que pode revolucionar a mineração de Bitcoin. Usando uma combinação de Stratum v2 com provas STARK, a novidade promete aumentar a privacidade dos mineradores, fortalecer a descentralização e tornar a rede ainda mais resistente à censura.

O projeto foi apresentado pelo desenvolvedor Abdel Bakhta, conhecido na comunidade como A₿del, e já está sendo testado como uma prova de conceito.

O que muda na mineração do Bitcoin?

O novo modelo permite que mineradores provem que um bloco está correto — incluindo a transação coinbase (geram bitcoin) e as taxas — sem precisar revelar quais transações estão no bloco.

Funciona assim:

  • O minerador gera uma prova STARK que confirma a validade do bloco e das taxas.
  • O servidor de mineração (pool) verifica essa prova, sem acesso à lista completa de transações.
  • Isso protege a estratégia do minerador e impede que pools façam censura sobre quais transações entram ou não no bloco.
  • Por que isso é importante para o Bitcoin

Essa tecnologia traz benefícios cruciais para o ecossistema:

  • Mais privacidade para mineradores: As estratégias de seleção de transações ficam protegidas.
  • Redução de censura: Pools não conseguem filtrar, excluir ou priorizar transações por pressão de governos ou empresas.
  • Blindagem regulatória para pools: Eles podem alegar, com provas matemáticas, que não sabem quais transações estão processando.
  • Mais descentralização: Dá poder de volta aos mineradores, um dos princípios fundamentais do Bitcoin.

Como funciona a prova de conhecimento zero?

As provas STARK (Scalable Transparent ARguments of Knowledge) são uma tecnologia de conhecimento zero que permite verificar informações sem revelá-las. No vídeo abaixo é explicado com funcionam as provas de conhecimento zero, há traduções para o pt-br.

Limitações e próximos passos

Apesar do avanço, o protótipo ainda não verifica toda a validade das transações, especialmente os UTXOs (as saídas não gastas de transações anteriores). Quando questionado sobre o desempenho, A₿del respondeu:

Ainda não medimos o desempenho. Isso só faz sentido depois de concluirmos a validação dos UTXOs. Estamos trabalhando nisso antes de partir para otimizações.”

O time também deixou claro que pretende colaborar com outros projetos, como a Datum, focada em mineração descentralizada.

Bitcoin mais forte, privado e descentralizado

Se a tecnologia for implementada em larga escala, ela pode mudar profundamente o modelo atual de mineração. Em vez de depender totalmente dos pools, os mineradores recuperam o controle sobre seus blocos, fortalecendo a segurança e a resiliência da rede Bitcoin contra censura.

É mais um passo rumo à visão original de Satoshi Nakamoto: uma rede aberta, resistente e sem controle central.

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