Brasil perde 1.200 milionários por ano e entra no Top 10 da fuga global de riqueza

Saída de milionários acende alerta sobre segurança econômica, qualidade de vida e atratividade do Brasil.

O Brasil está entre os 10 países que mais perderam milionários em 2023 e 2024, com uma média de 1.200 indivíduos de alto patrimônio líquido deixando o país a cada ano, segundo levantamento da consultoria internacional Henley & Partners.

A nação ocupa a sexta colocação global em emigração de milionários, atrás de China, Índia, Reino Unido e da Rússia — esta última com a maior saída, registrando a perda de 3.000 milionários apenas em 2023.

A migração de indivíduos com patrimônio superior a US$ 1 milhão é considerada um indicador antecipado de instabilidade. Esses cidadãos têm recursos e liberdade para mudar de país quando percebem ameaças ao seu patrimônio, à qualidade de vida e à segurança jurídica.

Gráfico com pessoas milionárias que estão saindo do país.
Os lugares que os ricos estão deixando

Além de levarem sua riqueza, os milionários emigram com suas famílias, redes de negócios e capacidade de investimento. A perda desses ativos humanos e financeiros pode gerar um efeito negativo direto sobre arrecadação, inovação e geração de empregos no país de origem.

Por que os milionários estão saindo do Brasil?

Entre os principais motivos que impulsionam a saída dos brasileiros milionários, estão:

  • Instabilidade política e insegurança jurídica;
  • Alta carga tributária sobre patrimônio, heranças e investimentos;
  • Preocupações com segurança pública;
  • Falta de acesso a serviços públicos de qualidade, como saúde e educação;
  • Baixa previsibilidade para investimentos de longo prazo.

Enquanto o Brasil perde milionários, países como Austrália, Emirados Árabes Unidos, Singapura, Estados Unidos e Suíça se destacam como os maiores receptores de pessoas de alto patrimônio.A saída dos milionários não afeta apenas o fluxo de capital. Ela representa também a perda de:

  • Empreendedores e investidores que geram empregos;
  • Influência internacional e redes de relacionamento;
  • Fontes de arrecadação tributária;
  • Potencial de inovação e desenvolvimento econômico local.

Especialistas apontam que o país precisa adotar uma estratégia nacional para retenção de capital privado, com foco em:

  • Reforma tributária mais eficiente e menos punitiva ao patrimônio;
  • Incentivos à inovação e empreendedorismo de alto impacto;
  • Melhoria da infraestrutura urbana e da segurança;
  • Atração de investimentos via programas de residência para estrangeiros de alto poder aquisitivo.

Embora representem uma minoria da população, os milionários que saem do Brasil são termômetros de confiança no país. Sua saída envia um recado claro: falta estabilidade, previsibilidade e proteção ao capital privado. Sem uma resposta estratégica, o Brasil corre o risco de se tornar um exportador de talentos, capital e inovação, em um momento em que o mundo disputa intensamente esses ativos. E com o uso de criptomoedas, a saída do Brasil ficou ainda mais fácil.

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