O Bitcoin (BTC) deu mais uma demonstração de resiliência nesta segunda-feira (16), ao recuperar parte das perdas recentes e voltar a ser negociado acima dos US$ 107 mil, mesmo com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e problemas sociais nos Estados Unidos.
Na última semana, o preço do BTC chegou a cair até US$ 102.800, pressionado pelo risco de escalada no conflito entre Israel e Irã, que chegou a gerar temores sobre um possível bloqueio no Estreito de Ormuz — um dos principais corredores de petróleo do planeta.
Paz à vista? Mercado reage com cautela otimista
Contudo, as negociações diplomáticas em curso aliviaram parte da pressão, permitindo uma recuperação moderada nos mercados globais. Além do Bitcoin, o movimento também impulsionou Ethereum (ETH), que voltou para acima de US$ 2.650, e Solana (SOL), que recuperou o patamar de US$ 1,57.
BTC mostra força estrutural, dizem analistas
Para a QCP Capital, uma das principais mesas de trading de Cingapura, o comportamento do mercado foi surpreendentemente maduro. Segundo relatório enviado a clientes, a queda registrada na sexta-feira foi de apenas 3%, bem mais contida que os 8% de abril de 2024, em um episódio de tensão semelhante.
“O mercado parece mais preparado. A reação foi moderada e mostra que o Bitcoin está deixando de ser apenas um ativo especulativo para se consolidar como proteção contra instabilidade macroeconômica e dívidas crescentes”, destaca o relatório.
Os analistas também observam que os ETFs de Bitcoin à vista continuam atraindo fluxo robusto, com US$ 1,3 bilhão em entradas na última semana. Este dado reforça o apetite institucional e ajuda a sustentar a narrativa de adoção estrutural.
Os dados de fluxo de ETFs também mostram que o ETH, desde o mês passado, tem chamado a atenção dos investidores.
Cenário de risco ou oportunidade?
Apesar da recuperação, a QCP alerta que o risco de uma escalada militar — como um bloqueio do Estreito de Ormuz ou a entrada direta dos Estados Unidos no conflito — poderia gerar pressão de curto prazo nos mercados.
Por outro lado, ironicamente, um agravamento da crise pode fortalecer o BTC como reserva de valor, especialmente em um cenário de estresse nos mercados tradicionais. O aumento dos gastos militares, da dívida dos Estados Unidos, pode acarretar maiores danos ao dólar e favorecer o BTC a longo prazo.
Atualmente, o Bitcoin está apenas 4% abaixo da máxima histórica de US$ 111.970, registrada em março de 2025.
E agora, para onde vai o preço do BTC?
O índice de medo e ganância segue apontando para ganância, indicando que o sentimento ainda é majoritariamente otimista. O BTC enfrenta uma barreira importante na região dos US$ 108 mil, mas se romper esse patamar, os analistas acreditam em uma nova tentativa de buscar os US$ 110 mil e, eventualmente, renovar seu topo histórico.
No lado negativo, o suporte crítico está na faixa dos US$ 103 mil, que até o momento tem segurado as quedas. É bom ficar de olho nesses suportes.