Parece que até as baleias estão pulando fora do barco. Nos últimos dias, vimos um dos movimentos mais simbólicos (e preocupantes) no mercado de Ethereum: uma baleia dormente desde 2016 resolveu despertar do sono e despejar US$ 17 milhões em ETH no mercado. Sim, ela segurou o ativo por quase uma década — e agora decidiu que era hora de sair.
Esse evento levanta uma pergunta incômoda: estamos testemunhando o começo do fim do Ethereum como conhecemos?
🧓 Baleias velhas, decisões novas
Essa movimentação não é um caso isolado. Diversos investidores antigos, que compraram ETH lá nos primórdios do ecossistema, estão começando a se desfazer de suas posições. E eles não são investidores comuns — são baleias. Gente que segurou por anos, mesmo durante os piores bear markets. Se até eles estão vendendo… o que isso diz sobre o futuro do ETH?
📉 O colapso do par ETH/BTC
Um dos sinais mais claros de fraqueza estrutural está na performance do par ETH/BTC. Em 2025, o par atingiu uma nova baixa histórica, chegando a 0,01855 BTC por ETH, uma queda de 45% no ano. Para colocar isso em perspectiva: em 2024 já havia caído 35% e, em 2023, outros 25%.

Essa tendência mostra que o mercado está cada vez mais convencido de que o Ethereum está perdendo sua força frente ao Bitcoin — algo que, por muito tempo, parecia impensável.
🔗 O paradoxo das Layers 2: solução ou ameaça?
Muito se fala sobre as soluções de escalabilidade do Ethereum — as famosas Layer 2 como Arbitrum, Optimism, zkSync, Base e Polygon. Essas redes são vistas como a salvação do Ethereum, permitindo transações mais rápidas, baratas e com menos congestão. E, de fato, elas têm desempenhado um papel essencial em manter o ecossistema funcional.
Mas aqui está o problema: quanto mais independentes essas L2 se tornam, menos relevante o Ethereum base se torna. Projetos que antes eram obrigados a usar o mainnet agora estão migrando para essas soluções — e com razão. As L2 não apenas oferecem melhor desempenho, mas começam a construir seus próprios ecossistemas, tokens e até bases de usuários.
Hoje, as L2 já fazem mais transações que o Ethereum.

A pergunta que paira no ar: as Layer 2 estão salvando o Ethereum ou substituindo ele?
📊 A nova realidade: rollups dominam
De acordo com dados do site rollup.wtf, a maior parte das transações no “ecossistema Ethereum” já ocorre fora da camada principal, em rollups. Ou seja, o valor está sendo capturado por essas novas redes, e não mais diretamente pelo ETH.
Isso significa que, embora o Ethereum continue sendo a infraestrutura base, seu token nativo pode perder protagonismo. Afinal, se você pode interagir com o ecossistema usando tokens das L2, qual o real valor do ETH além de ser o combustível para os rollups?
⚖️ ETH está morto?
Ainda não. Mas o Ethereum está claramente passando por um ponto de inflexão. O modelo atual está sendo desafiado — não por blockchains rivais, mas por soluções construídas sobre ele. É uma ironia cruel: o próprio sucesso das L2 pode acabar minando o valor do ETH.
A debandada das baleias antigas é só mais um sinal de que nem todos estão dispostos a esperar para ver o que o futuro reserva. E você? Vai segurar ou vai pular do barco?