A queda no preço do bitcoin, mesmo com compras bilionárias de empresas, tem intrigado muitos, levando a alegações de um suposto “paper bitcoin”. Mas o que é isso? Como essa teoria pode influenciar o preço do bitcoin? Tudo isso vamos responder nesse artigo.
O que é o paper bitcoin?
O conceito de paper bitcoin ou “bitcoin de papel” é que determinados bitcoins vendidos não são verdadeiros. Apesar de termos 21 milhões de bitcoins que serão emitidos e são facilmente verificáveis em blockchain, não podemos dizer o mesmo de ativos fora do banco de dados público do BTC.
Ou seja, bitcoins vendidos por corretoras, ETFs e comprados por empresas e pessoas, podem nem ser reais.
O termo deriva do “paper gold”, ou papéis de ouro. Em 1960 começaram a surgir produtos no mercado financeiro que te davam um papel em troca dos direitos de ter ouro, essas negociações depois evoluíram para produtos como financeiros ETFs e outros títulos de ouro.
Diferente de comprar ouro físico, é complexo medir os níveis do metal preciso de um fundo de investimentos.
De onde surgiu a ideia de paper bitcoin?
A ideia de que corretoras não tenham os bitcoins vendidos é antiga. Nos primórdios do Bitcoin em 2014, a corretora MtGox entrou em falência e os investidores descobriram que os bitcoins negociados, não existiam. Caso semelhante aconteceu com a NegociCoins no Brasil e com a FTX nos EUA.
O rumor recente ressurgiu no X (antigo Twitter) em 14 de setembro de 2024, afirmando que a Coinbase emitiu papers bitcoins para a BlackRock.
Como resultado, o preço do bitcoin foi suprimido. De acordo com essa visão, seria totalmente anormal o preço do bitcoin não se mover para cima com diversas empresas como Strategy e Méliuz comprando cada vez mais criptoativos.
O paper bitcoin faz sentido?
Para Adam Back, um dos maiores nomes no mercado de criptomoedas, não faz sentido operar vendido (short) emitindo papel de bitcoin. Primeiramente devido ao preço do BTC no médio e longo prazo, que tende a se apreciar; diferente de moedas como o Real cuja tendência é de depreciação perante o dólar ou metais preciosos.
Outro motivo apontado que espanta os criadores da tese dos papers bitcoins, principalmente em organizações financeiras emissoras de ETF, é que elas são auditadas regularmente.
Apesar de muitos processos de auditoria não serem públicos ou facilmente encontrados pelos investidores de varejo, há a supervisão dos órgãos reguladores.
Do outro lado da argumentação há aqueles que não confiam nas análises de reservas por auditorias do mercado financeiro. Visto que o bitcoin é facilmente verificável por meio do blockchain, seria fácil apresentar as carteiras de fundos, empresas e outros investimentos.
Quais os motivos para não apresentarem uma carteira específica?
A resposta pode estar na própria característica do blockchain do bitcoin, a transparência. Se soubermos todas as transações e wallets de grandes players especificamente, ficaria simples verificar os movimentos de compra e venda.
Isso já acontece, com sites especializados como Whale Alert, mostrando as movimentações de carteiras e a Arkham com relatórios específicos sobre os possíveis donos dos endereços de bitcoin.
O que fazer para evitar o paper bitcoin?
Independentemente de você acreditar ou não no paper bitcoin, é importante que você entenda quais riscos está disposto a correr e qual sua capacidade para guardar com segurança seus criptoativos.
Guardar bitcoins nas corretoras ou ETFs pode não ser a melhor alternativas se você acredita na tese do BTC falso. Nunca é recomendado deixar seus bitcoins nas mãos de outras pessoas, a não ser que você realmente não possa cuidar deles com segurança.
Como dica, os especialistas de segurança sempre indicam deixar os bitcoins dentro de uma carteira própria e offline, como as famosas hardware wallets (Trezor e Ledger).