O Novo Bitcoin? Flow Podcast e Sérgio Sacani Debatem o Poder da IA e o Futuro dos Dados

Em uma conversa repleta de provocações, reflexões e bom humor, o cientista e divulgador científico Sérgio Sacani participou do Flow Podcast para discutir o impacto acelerado da inteligência artificial no cotidiano – e como data centers e dados podem ser o novo Bitcoin da era digital.

O papo, informal mas recheado de ideias profundas, girou em torno da transformação promovida pela IA em setores como educação, advocacia, negócios e até na criação de conteúdo para internet. Logo no início, os apresentadores comentam sobre a ascensão de uma nova “profissão” – os prompt engineers – aqueles que dominam a arte de se comunicar com inteligências artificiais para gerar resultados precisos.

A revolução inevitável: dados são o novo petróleo e data centers o “Novo Bitcoin”

Sacani destaca que a IA não é só uma ferramenta, mas uma infraestrutura que precisa de alimento: dados. E para armazenar e processar tantos dados, é necessário um recurso estratégico: data centers. Ele afirma com convicção: “Hoje tem gente que vai ficar bilionária investindo em data center. O novo Bitcoin é isso.”

A analogia com o Bitcoin não é por acaso. Assim como a criptomoeda revolucionou o mercado financeiro com a descentralização, a inteligência artificial está fazendo o mesmo com o conhecimento e a tomada de decisão. Mas, ao contrário do Bitcoin, a IA não depende de escassez, e sim de abundância de dados e infraestrutura computacional.

Essa também é a visão do shark tanker Keven O’Leary (conhecido como Mr.Wonderful), que investiu pesado na maior fábrica de IAs do mundo, um data center de 1.5 GW, 600 acres de tamanho, totalizando um investimento de US$2 bilhões.

Outro bilionário que está investindo nessa área é o Arthur Hayes, fundador da Bitmex e um dos primeiros a comprarem bitcoin em 2012. Para ele, é possível investir em criptomoedas que vão ganhar muito com Inteligência Artificial como a Filecoin, que pode ser amplamente usada para guardar arquivos e documentos usados por Inteligência Artificial.

“Sem dados, uma IA não pode aprender. Se os dados forem comprometidos devido a um único ponto de falha, ou a entidade central de armazenamento de dados alterar os direitos de acesso ou seus preços, uma IA dependente dessa entidade de armazenamento deixará de existir. É um risco existencial, e é por isso que defendo que as IAs devem usar uma solução de armazenamento descentralizada.” – afirmou Hayes no artigo double happiness.

Aplicações reais: da universidade à farmácia

Durante a conversa, os apresentadores e Sacani discutem casos práticos de uso da IA, desde detecção de plágio em universidades até análise de jurisprudência em escritórios de advocacia. Em um momento divertido, Sacani cita um desafio em live ao vivo: alguém duvidou que IA pudesse ser aplicada em farmácias. Em segundos, o ChatGPT listou dez aplicações, do controle de estoque à análise de perfil de clientes.

Além disso, ele aponta o poder de criar sistemas personalizados de busca e análise: imagine uma IA treinada só com os episódios do Flow, capaz de responder perguntas com base nos convidados e temas já abordados. Um “FlowGPT”, como brincaram.

Tudo isso precisará de poder computacional e grandes data centers.

Menos alucinação, mais precisão

Um ponto técnico discutido com profundidade é a diferença entre IAs abertas e sistemas fechados. Segundo Sacani, quando você alimenta um modelo apenas com dados específicos de uma empresa ou projeto, o nível de alucinação (erros e invenções) da IA despenca. Isso abre caminho para usos empresariais poderosos e seguros, com menos risco de informações equivocadas.

Confira a conversa completa aqui:

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