Enquanto o mundo observa atento a escalada das tensões no Oriente Médio, o Bitcoin (BTC) mostra resiliência impressionante, mantendo-se acima da marca dos US$ 100 mil, mesmo diante dos ventos geopolíticos contrários.
Na madrugada de domingo para segunda, os mercados globais foram surpreendidos por ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã. O episódio acendeu alertas no mundo todo e trouxe declarações alarmantes, como a do chanceler russo Sergei Lavrov, que afirmou que “a Terceira Guerra Mundial pode estar muito próxima”.
Mercado Aposta em Conflito Rápido
Apesar das manchetes dramáticas, os mercados tradicionais parecem não precificar uma guerra prolongada. Segundo o boletim financeiro The Kobeissi Letter, o movimento dos mercados reflete uma aposta majoritária de que o conflito será breve.
“Se o mercado realmente acreditasse no fechamento do Estreito de Ormuz, o petróleo já estaria em US$ 120 ou mais. Não é isso que vemos”, destacaram os analistas do boletim.
De fato, os futuros do mercado de ações recuaram apenas -0,5%, e o petróleo subiu modestos +2,5% — números tímidos para o risco geopolítico em jogo.
Bitcoin Cai, Mas Se Recupera Rápido
O impacto inicial no mercado cripto foi imediato: o Bitcoin chegou a tocar US$ 98.974 no domingo, sua mínima desde o início de maio. Porém, em poucas horas, a criptomoeda líder voltou a subir e, na manhã de segunda-feira na Ásia, já era negociada novamente acima dos US$ 101 mil.
Esse comportamento reforça duas narrativas que ganham força no mercado:
- Indecisão: Parte dos investidores acredita que o mercado ainda não sabe se estamos diante de um conflito de curta duração ou de uma escalada mais séria.
- Bitcoin como porto seguro: A percepção do BTC como “ouro digital” pode estar, enfim, se consolidando. Sua escassez, resistência à censura e independência de governos tornam-no atraente em cenários de crise.
Arthur Hayes: “Essa Fraqueza Vai Passar”
Já para Arthur Hayes, cofundador da corretora BitMEX, acredita que a queda do Bitcoin foi apenas um soluço técnico.
“Você está ouvindo isso? É o som das impressoras de dinheiro ligando para cumprir seu dever patriótico. Essa fraqueza vai passar e o Bitcoin não deixará dúvidas sobre seu status de porto seguro”, declarou Hayes na rede X (antigo Twitter).
Para ele, a inevitável injeção de liquidez pelos bancos centrais será o combustível que impulsionará o BTC a novos patamares.
Altcoins Sofrem Mais
Enquanto o Bitcoin demonstrou força, o restante do mercado cripto não teve a mesma sorte nas últimas 12 horas. As altcoins caíram em média 1,4%, reduzindo o valor total do mercado em cerca de US$ 50 bilhões, agora estimado em US$ 3,20 trilhões, segundo dados da CoinMarketCap.
Ainda assim, analistas observam que, caso o estresse geopolítico diminua, as altcoins podem liderar uma recuperação mais robusta, uma vez que algumas já começam a apresentar sinais de força relativa frente ao BTC.
BTC: Suporte ou Nova Alta?
No curto prazo, o Bitcoin testa sua resiliência. Caso o preço rompa consistentemente acima dos US$ 102 mil, analistas acreditam que poderá retomar a tendência de alta anterior. Por outro lado, um rompimento abaixo dos US$ 96 mil pode acender sinais de alerta para uma correção mais profunda.
Enquanto isso, investidores e traders seguem atentos: se o BTC consolidar seu papel como “ouro digital”, este pode ser mais um capítulo que fortalece sua tese como ativo de proteção em tempos de incerteza global.