Empresa israelense consegue saber carteiras cripto de brasileiros no X, veja como

Conexões entre criptomoedas e redes sociais

A Addressable, uma ad-tech de origem israelense, tem chamado atenção no mundo das criptomoedas e no Brasil por conseguir cruzar dados de perfis no X, Reddit, Telegram e transações em blockchain. 

Criada em 2022 por Tomer Sharoni, Tomer Shlomo e Asaf Nadler, a plataforma Addressable junta os dados da chamada web3 com anúncios para personalizar campanhas de marketing no X. 

A empresa pega dados de diversos blockchain compatíveis com EVM (Ethereum Virtual Machine) como o Ethereum, BNB, OP, Avalanche e diversas outras criptomoedas e cruza com dados de usuários em redes sociais. 

Dessa forma, uma empresa consegue direcionar anúncios de acordo com o uso de dApps, criptomoedas e comportamento no blockchain. A transparência dos dados gera informações públicas financeiras sem precedentes e acessíveis a todos. 

A tecnologia foi usada por empresas e organizações famosas no mercado de criptomoedas como Coindesk, Base, Circle e Polygon. 

Tecnologia útil para proteção nacional

A tecnologia, extremamente útil para marketing direcional no mercado cripto, também é essencial para a segurança de Israel. 

O país do Oriente Médio é um hub de inovação tecnológica, principalmente em relação a empresas de segurança. São mais de 500 empresas de cybersecurity instaladas no país, 6 centros de pesquisas e forte apoio do governo. 

Saber quais endereços de criptomoedas estão relacionados a quais perfis e quais dApps elas usam, podem auxiliar a inteligência israelense a combater ataques e inimigos. 

Dados até de brasileiros

Até mesmo os usuários do X no Brasil não estão fora da empresa de rastreamento. Baseando-se no perfil de influenciadores, é possível saber se vale a pena uma empresa patrociná-lo e até mesmo direcionar anúncios para os seguidores e em quais países eles estão, como é mostrado abaixo:

A Addressable afirma ter conseguido cruzar 23 milhões de endereços com perfis em redes sociais e analisar mais de 7 milhões de contratos em diversos blockchains. Mesmo assim, a companhia segue as regras pesadas da União Europeia (GDPR) e é certificada pela AICPA SOC. 

Portanto, provavelmente, todos os dados coletados são de uso público ou foram permitidos o compartilhamento. Um dos comportamentos mais simples para rastrear uma pessoa online pelo blockchain é o compartilhamento público de endereços nas redes sociais. 

Blockchains, solução ou distopia

Com um nível absurdo de precisão, a Addressable nos faz pensar: será que a tecnologia do blockchain pode ser usada para nos espionar? 

A resposta é clara: sim. Mas temos opções já construídas e elas podem diminuir ou até mesmo eliminar o uso de dados on-chain (no blockchain) para outro motivo se não aquele das pessoas envolvidas na transação.

Do lado das plataformas de contratos inteligentes são desenvolvidas tecnologias como provas de conhecimento zero; já para parte transacional algumas criptomoedas já usam tecnologias de ofuscação, tais como Zcash e Monero. 

O uso de blockchain pode ser uma espada de dois gumes se não cuidarmos de como usamos essa ferramenta.  

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