A Coinbase, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, gerou polêmica na comunidade cripto após patrocinar o desfile de 250 anos do Exército dos Estados Unidos.
O evento aconteceu em Washington D.C. e Arlington, com mais de 6.600 soldados, tanques e helicópteros. O custo estimado ficou entre US$ 20 milhões e US$ 45 milhões.
O patrocínio dividiu opiniões e reacendeu um velho debate: até que ponto empresas de cripto devem se alinhar às estruturas tradicionais de poder?
Cripto, exército e a quebra de princípios?
A participação da Coinbase em um evento militar surpreendeu parte da comunidade.
Para muitos, isso representa uma quebra dos princípios originais do Bitcoin e do movimento cypherpunk, que defende a descentralização e a resistência ao controle estatal.
Crystal Street, ex-diretora da Consensys, criticou duramente:
“É decepcionante ver uma empresa de cripto apoiando exatamente as estruturas que deveria substituir.”
Usuários do X criaram memes sobre o tema, mostrando as contradições da Coinbase.

Por outro lado, há quem apoie a decisão.
Viktor Bunin, da própria Coinbase, defendeu:
“Os homens e mulheres que defendem nosso país merecem nosso apoio. A Coinbase está correta mais uma vez.”
Motivos mais profundos para a Coinbase?
Além de uma óbvia jogada de marketing, após dois dias da parada militar pediu a aprovação da SEC para negociar ações em blockchain.
O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, afirmou em 2020 que a empresa seria “focada na sua missão”, sem se envolver em pautas externas.
O patrocínio militar, porém, parece contrariar essa promessa. A discussão reacende um ponto sensível: O futuro do mercado cripto está na integração com o sistema ou na ruptura dele?
O que isso revela sobre o futuro do cripto? O episódio deixa claro que o setor está dividido.
De um lado, quem defende que as criptomoedas devem se adaptar às regras do jogo. De outro, os puristas que acreditam que a essência do Bitcoin é justamente questionar essas regras.
Se a Coinbase fez um movimento inteligente de marketing, uma sinalização para conseguir uma autorização ou se assinou sua rendição simbólica, o tempo dirá.