Os investidores mais jovens têm optado cada vez mais por criptomoedas em detrimento da tradicional caderneta de poupança, segundo aponta recente pesquisa Raio-X do Investidor Brasileiro, realizada pela ANBIMA em parceria com o Datafolha.
Tradicionalmente vista como uma aplicação segura e simples, a poupança ainda lidera entre as preferências gerais dos brasileiros, mas já apresenta queda entre as novas gerações. A pesquisa indica uma redução na popularidade da poupança, caindo de 25% para 23% da população nos últimos anos. Paralelamente, o investimento em criptomoedas subiu de 2% para 4% entre os jovens, mostrando uma tendência clara de mudança nas preferências financeiras dessa faixa etária.
As criptomoedas atraem os jovens principalmente por prometerem uma rentabilidade potencialmente maior, além de oferecerem maior flexibilidade e autonomia. Ney Pimenta, CEO do Bitybank, destaca que a adoção desses ativos digitais entre os jovens ocorre devido à facilidade tecnológica e às possibilidades de diversificação.
“Enquanto as gerações mais velhas preferem segurança, os jovens são atraídos por novas tecnologias financeiras, buscando autonomia e maiores retornos financeiros que as criptomoedas podem proporcionar“, afirma Pimenta.
No entanto, a educação financeira ainda é um desafio significativo no Brasil. A pesquisa revela que cerca de 63% dos brasileiros não têm conhecimento nem sobre os produtos financeiros mais básicos, destacando a necessidade urgente de iniciativas educativas direcionadas, especialmente para os jovens interessados em criptomoedas.

O crescimento do investimento em criptomoedas também reflete a adaptação dos jovens ao ambiente digital, onde transações bancárias e monitoramento de investimentos são feitos online e em tempo real. Este comportamento exige que instituições financeiras desenvolvam plataformas mais ágeis, intuitivas e personalizadas, acompanhando as demandas da geração conectada.
Com as criptomoedas ganhando espaço no portfólio dos jovens investidores brasileiros, o mercado financeiro precisará se adaptar rapidamente a esse novo perfil de consumidor financeiro, mais informado, exigente e aberto à inovação.