Com pequena fortuna em doações, o Movimento Brasil Livre (MBL) acumula bitcoins com mãos de aço desde 2015.
O movimento político que derrubou Dilma Rousseff, foi um estorvo para o bolsonarismo e agora está próximo de se tornar um partido político, também faz história no mercado de criptomoedas.
Os jornalistas do BCN encontraram uma carteira de bitcoin esquecida, criada em 2015.
MBL percebeu o poder do BTC com uma valorização de 38.700%
Divulgada em um post de Facebook, o endereço de bitcoin do MBL tem características interessantes.
Primeiramente, o que salta aos olhos é o valor. São 0,2437 bitcoins ou o equivalente a pouco mais de R$290,00 na época das doações. Pareciam trocados. Mas o tempo mostrou que até migalhas em BTC podem virar um grande banquete.
O MBL percebeu o poder do BTC após uma valorização de 38.700%. É um desempenho superior a qualquer ativo da Bovespa, Tesouro IPCA+, juros de agiotas e até mesmo do Nubank.
No momento em que escrevo a matéria, esses R$290 transformaram-se em exatos R$129.868,51!
Analisando as doações, é possível observar que a maior delas veio de uma carteira com altas movimentações, mais de 6 bitcoins! Sugerindo que ou era uma carteira descartável de corretora, ou um early adopter do BTC.
Mas não para por aí, este é um endereço que começa com “16J”. O que isso significa?
Desde 2011, o bitcoin tem um padrão de carteiras multi-assinaturas (chamado de BIP11), semelhante a uma conta bancária conjunta. As carteiras de multi-assinatura, até o ano de 2017, começavam com o número 3 e as “contas individuais” com 1.
Esquecimento, hodler com bolas de aço ou só mais uma carteira perdida?
Esta última curiosidade pode explicar as origens da carteira do MBL e possivelmente seu destino. Provavelmente ela foi gerada em uma corretora ou carteira individual, sendo que a wallet mais comum entre iniciantes na época era a “blockchain.info” (hoje blockchain.com).
Outros clientes de bitcoin comuns eram os softwares da Electrum e Bitcoin Core, mas este último exigia centenas de gigas em espaço e certo poder de processamento para validar as transações até a sincronia com o blockchain.
Quem criou a carteira, certamente, escolheu um dos caminhos acima. Um endereço com assinatura única facilita perdas, esquecimento e acidentes.
Pesquisando a história do movimento podemos descobrir que, de acordo com relatos do próprio presidente Renan Santos, por diversas vezes eles passaram por momentos de dificuldade financeira. E o que você faz quando isso acontece? Executa patrimônio com alta volatilidade, mesmo que pouco.
A opinião da nossa equipe é de que a carteira foi esquecida. Um valor absolutamente irrisório para a época poderia passar desapercebido.
Contudo, sabemos também da existência de membros do MBL fortemente investidos em BTC. Pedro D’eyrot tem grandes conhecimentos sobre o mercado cripto e esteve envolvido em diversas iniciativas da área.
A cúpula do MBL — formada por Renan Santos, Arthur do Val e Kim Kataguiri — já admitiu ter bitcoin. Por isso, não surpreenderia se a estratégia fosse justamente guardar os criptoativos e esquecer no bolso digital.
Talvez — e apenas talvez — aquela velha acusação de que o MBL recebeu uma fortuna em doações seja mais real do que parece. Porque, se a valorização do BTC continuar nesse ritmo, o movimento pode, sim, acabar com alguns milhões na carteira.
Seria o caso de um “promotor do futuro”, com uma lupa no blockchain e um olhar para 2035?
MBL roubou dos Piratas o título de hodler supremo?
De qualquer forma, mesmo não sendo o primeiro movimento político a aceitar BTC no Brasil, o MBL é o hodler a mais tempo – superando o Partido Pirata, primeiro movimento político a aceitar criptoativos no Brasil.
Aliás, você conhece o envolvimento e a história do Partido Pirata do Brasil com o Bitcoin? Vale a pena ler e entender como membros do Partido Pirata acumularam mais de 1.000 bitcoins e depois jogaram a chave privada fora — simbolicamente ou não.